Sobre escrever nossa própria história

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Eu adoro esse vídeo do Mano Brown. A sutileza do discurso dele aqui é muito interessante. Diante da violência racial e da desigualdade social, a resposta inicial da vítima dessas coisas é o ódio e o ressentimento. Uma resposta justificada diante de tal adversidade, porém pouco inteligente. Como um parasita, o ressentimento se volta para outro apenas após consumir seu hospedeiro por completo.

Declarado o inimigo, nossas ações e reações se voltarão contra esse inimigo para odiá-lo, aniquilá-lo e combatê-lo. Justo e moral, certo? Eles não fazem o mesmo? Sim, mas novamente é uma resposta pouco inteligente. Nossa atenção, energia e vontade deveria se voltar para o reconhecimento e a realização dos nossos próprios interesses e não necessariamente para destruição do outro. Disputas serão feitas, óbvio, mas devemos ser ativos nessas disputas, pensar e lutar por nossos próprios sonhos, por nosso próprio povo e não ser apenas a negação do outro.

Eu acho que o rap sempre conseguiu oferecer essa resposta positiva muito bem, e o Brown mostra que sabe disso nesse vídeo. Para concluir, Nietzsche diz que o homem nobre toma para si uma inimizade apenas com aquele no qual nada existe a desprezar e muito a venerar. "Um homem tal sacode de si, com um movimento, muitos vermes que em outros se enterrariam". Que possamos oferecer aos vermes todo nosso desprezo e oferecer aos nossos todo nosso cuidado e atenção!

Por nós, por amor!